sábado, 15 de agosto de 2009

Dez dicas para um Verão irresponsável - Expresso.pt

Apenas porque achei que era mesmo o que eu gostava de saber dizer, mas os dedos não teclam assim tão bem, nem de perto...
O original, está aqui! E vejam os links em cada um dos items, é mesmo para ver com atenção - são provas científicas da verdade dos conteúdos exibidos.

"Armando Brito de Sá, professor do Instituto de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina de Lisboa, escreve com humor e ironia sobre tudo o que não se deve fazer nas férias de Verão.
Quinta-feira, 6 de Ago de 2009


E eis que o momento de descontrair se aproxima. Contam-se as semanas, depois os dias, depois as horas... e as férias de Verão chegaram. Você, contudo, não é como os outros. O seu espírito indómito e independente pode levá-lo onde poucos chegaram. Ficam abaixo alguns conselhos que garantem que terá o Verão mais inesquecível da sua vida.

EM VIAGEM
1. Velocidade e segurança

O seu carro é uma bomba e as auto-estradas não foram feitas para
otários. Em três ou quatro horas é perfeitamente possível ir do Porto ao Algarve a uns tranquilos 180-200 km/hora. Não deve usar cinto de segurança, claro, porque isso impede-o de se espreguiçar quando lhe dá o sono, o que pode ser perigoso. Do mesmo modo, as crianças ficam irritadiças com os cintos, pelo que podem perfeitamente brincar com o cão soltas lá atrás.
2. Água
Não leve água no carro. Aumenta desnecessariamente o peso da viatura e priva-o da aventura de, num descampado, procurar um regato ou um poço com as crianças, de onde beberão a pura água da natureza (não é preciso ligar à cabra morta que está de molho a montante, que é tudo orgânico).
3. Janelas abertas
O vento a entrar pelas janelas do carro cria uma enorme sensação de liberdade. Isto é sobretudo verdade logo de manhãzinha e no princípio do Verão, com
níveis polínicos incandescentes, e ainda mais se tiver a sorte de sofrer de rinite alérgica ou de asma. Nada de ares condicionados com filtros no carro, que toda a gente sabe que fazem mal à saúde: janelas abertas é que é. Logo à noite os seus olhos e nariz congestionados e a pingar serão o sucesso do restaurante.

PRAIA E CAMPO
4. Sol
Você quer para si e para a sua família aquele ar curtido dos verdadeiros pioneiros, certo? Portanto,
esqueça os protectores solares e hidratantes. Quando muito, um óleo bronzeador, que reforça o tom da pele. Tenha o cuidado de chegar com a família à praia pelas onze e meia da manhã, de modo a serem vistos em todo o vosso esplendor. Nem pensar em t-shirts brancas, que ferem a vista, nem em chapéus para adultos ou crianças, que o ar do mar e o sol enrijecem os miúdos, e quanto mais novos começarem, melhor. Faça umas sestas retemperadoras ao sol, tendo o cuidado de se virar periodicamente para tostar por igual. Depois das quatro da tarde já não há ninguém de jeito na praia, pelo que o melhor é mesmo regressar a casa. Se à noite você e o seu par estiverem virados para um momento romântico, o toque sado-maso da pele queimada aliado ao contorcionismo kamasútrico necessário para evitarem as áreas escaldadas resultarão num importante reforço da vossa relação.
5. Bebida
A água, está comprovado cientificamente, enferruja. Em passeios no campo ou na praia deve beber-se
bebidas fortes, com muito açúcar, e isto para as crianças, claro, que há cerveja e cocktails em abundância para os adultos. O álcool, sobretudo, deve ser consumido em grandes quantidades porque depura substâncias nocivas através dos poros.
6. Comida
O ar forte do mar e do campo exigem alimentação à altura. Fruta e saladas, nunca - apenas
vegetarianos anémicos defendem esse tipo de absurdo. A feijoada que sobrou do jantar da véspera dará um excelente piquenique. Uma boa sardinhada (pelos menos uma dúzia de sardinhas por cabeça, mais a respectiva dose de batatas, pão, pimentos e tinto), um cabrito no forno, favas com chouriço, são pratos tradicionais adaptadíssimos a um dia na praia. Saia directamente da mesa para um banho de mar e desfrute do indizível contraste com a frescura das ondas, bem como da alta tecnologia da ambulância do INEM que o conduzirá à Urgência mais próxima.
7. Repelentes de insectos
Os repelentes são uma
invenção inútil da indústria. O contacto com mosquitos, pulgas, carraças, vespas e outros seres naturais deve ser encorajado, tornando-nos unos com a Mãe-Terra. Uma criança crivada de picadas desencadeia ternura. Poucas imagens são mais estimulantes que a de um homem às quatro da manhã aos saltos na cama em confraternização com as melgas que o acompanham na travessia da noite.
8. Crianças à solta (piscinas, poços, etc.)
As férias são um espaço de liberdade e aventura. As crianças devem ser encorajadas a explorar, desde cedo, a natureza que as rodeia, e a descobrir, autonomamente, os instrumentos de sobrevivência de que a natureza as dotou. As piscinas sem protecção, por exemplo, são um
óptimo meio de aprendizagem de natação para bebés. No campo, poços, ravinas, buracos, destroços, constituem fascinantes oportunidades de descoberta que as crianças deverão explorar por si mesmas. Alguns danos colaterais apenas reforçam a capacidade darwiniana de sobrevivência da espécie.

DISCOTECA
9. Pastilhas e líquidos

Se gosta de dançar, o Verão é para si: as discotecas estão repletas de gente linda e feliz. À entrada encontra facilmente uns senhores muito simpáticos que lhe providenciarão um amplo suprimento de
pastilhas naturais (ou não) que lhe permitirão bombar até às duas da tarde do dia seguinte. Use e abuse das pastilhas e beba toda a água que possa, de preferência água destilada, que é mais pura, acompanhada do maior número de shots que for capaz de emborcar. Não consuma bebidas com electrólitos - afinal a ideia é mesmo depurar o seu corpo de todos os electrólitos e sais minerais possíveis através do suor. As memórias de uma noite assim farão mais tarde as delícias dos seus companheiros de hemodiálise - isto, claro, se na altura ainda for capaz de falar.

SEXO
10. Preservativos
O sexo, no Verão, é mais escaldante - rever o ponto 4, acima - e você não quer perder nada do que estiver ao seu alcance. Sendo jovem (seja qual for a sua idade), forte e saudável, nada evidentemente lhe toca. Portanto, sexo é quando e como lhe apetecer e, claro, sem preservativo, que temos de proteger as florestas amazónicas que dão borracha. De qualquer modo
a SIDA é um mito inventado para vender comprimidos caros e é fácil perceber se alguém está infectado pelo aspecto da pessoa, certo?"

1 comentário:

macati disse...

hahahhahahahahaha... impec!!!!
adoei