02-Outubro-2005
Apetece-me escrever porque não faço nada, só penso. Não ando, vejo apenas passar o tempo, como se estivesse confortavelmente sentada num comboio em andamento. Discorro mil palavras, tantas vezes... Tantos projectos imaginários, soberbos, que não passam disso. Como ver uma nuvem e não a pintar, tendo a tela em branco face a mim.
Tenho sido eu, triste, nesta melancolia asténica, em que só a mão se esforça por descrever aquilo que sinto. Essa é a questão: sinto tanto e faço tão pouco! E dá-me pena de mim, de ser assim tão pequenina.
Muitas vezes páro, e tento reflectir sobre o meu percurso, sobre o meu modo de vida. Chego sempre à conclusão de que basta haver um início, um vislumbre de algo, para que a sentença do seu fim seja dada.
Sei-me deprimida, ansiosa, termos técnicos que não me ajudam. Perdida.
Olho a minha secretária, e o que vejo? Pedaços de mim, amontoados ao acaso, entre lixo que julgo importante. Também isso me incomoda, não saber distinguir o essencial do desnecessário. Superfluamente, absorvo tudo o que se aproxima de mim, sem que depois produza algo que seja. Quantas vezes me perco no pormenor? Quantas vezes caio no mesmo erro?
Quando vem a hora de dormir, o silêncio que à casa chega aumenta o burburinho caótico da minha mente. O que devo fazer (que depois não faço) ... Como me devo organizar (remexendo eternamente nas minhas eternas burocracias?) ...
E agora, que me sento e começo a escrever, mais uma vez o dilema surge: vou conseguir chegar ao que pretendo ou, de novo, condeno-me a deixar mais um espaço vazio ocupado aparentemente por letras?
Quando me deito, os sonhos que me envolvem parecem sempre possíveis, basta que passe a noite e chegue o dia claro. Mas tantos dias já passaram e nada aconteceu...
A todo o momento procuro sair desta monotonia e espero sempre que o movimento seguinte não caia na engrenagem já usada.
Mas não será hoje, porque o dia já acabou.
Tenho sido eu, triste, nesta melancolia asténica, em que só a mão se esforça por descrever aquilo que sinto. Essa é a questão: sinto tanto e faço tão pouco! E dá-me pena de mim, de ser assim tão pequenina.
Muitas vezes páro, e tento reflectir sobre o meu percurso, sobre o meu modo de vida. Chego sempre à conclusão de que basta haver um início, um vislumbre de algo, para que a sentença do seu fim seja dada.
Sei-me deprimida, ansiosa, termos técnicos que não me ajudam. Perdida.
Olho a minha secretária, e o que vejo? Pedaços de mim, amontoados ao acaso, entre lixo que julgo importante. Também isso me incomoda, não saber distinguir o essencial do desnecessário. Superfluamente, absorvo tudo o que se aproxima de mim, sem que depois produza algo que seja. Quantas vezes me perco no pormenor? Quantas vezes caio no mesmo erro?
Quando vem a hora de dormir, o silêncio que à casa chega aumenta o burburinho caótico da minha mente. O que devo fazer (que depois não faço) ... Como me devo organizar (remexendo eternamente nas minhas eternas burocracias?) ...
E agora, que me sento e começo a escrever, mais uma vez o dilema surge: vou conseguir chegar ao que pretendo ou, de novo, condeno-me a deixar mais um espaço vazio ocupado aparentemente por letras?
Quando me deito, os sonhos que me envolvem parecem sempre possíveis, basta que passe a noite e chegue o dia claro. Mas tantos dias já passaram e nada aconteceu...
A todo o momento procuro sair desta monotonia e espero sempre que o movimento seguinte não caia na engrenagem já usada.
Mas não será hoje, porque o dia já acabou.
23:15
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