As boas acções não são automáticas...

... pelo menos em mim, e passo a explicar porquê...

Hoje foi uma manhã cheia, com coisas complicadas. Não me levantei durante 4 horas seguidas. Não tive tempo de ir ao WC, o que já vem sendo hábito, embora saiba que não devia fazer retenções urinárias voluntariamente obrigatórias ou habilito-me a cistites e coisas dessas. E eram quase 3 da tarde quando me despachei para ir almoçar (outra coisa que se está a tornar hábito).

Decidi ir à compras, ainda antes de comer. É que tenho visitas no FDS: a Catrapisca e respectiva mãe-minha-sis, e o Luizito ;) E até demorei pouco tempo, apesar de ter ficado indecisa em trazer ou não scones (a razão era válida: sabia que não iam durar até à ansiada chegada dos meus gests! Ups, isto não era para dizer...).

E estava a sair para o estacionamento quando, cusca como sou, ouvi uma conversa, ou melhor, uma pergunta que me suou a alguém a pedir uns cabos para baterias. E a minha consciência começou a pensar. "Pera, eu tenho umas coisas dessas... Hum... Será que ouvi bem?... Era melhor que não seja mesmo isso..." Neste momento, estava em frente o carro, com 6 sacos de compras nos braços (o equivalente a 3 kg e tal de fruta, 4 iogurtes, pão, peixe, cereais e papa láctea [para mim, ainda por cima...], etc.), a tentar descobrir a chave. "Bolas, nunca sei onde ponho a chave!... E será que ouvi bem?..." Entretanto, apercebi-me de uma tentativa frustrada de ligar um carro e de uma voz a dizer que já tinha ligado a não-sei-quem para vir ajudar. "Fogo, é mesmo verdade... E eu tenho os cabos aqui... Ninguém os viu... E elas não me vieram perguntar nada... [Suspiro] ... ... ... Não consigo ir embora sem ir lá, né? ... Grrrrr..."

Então lá fui, a custo. E, depois de confirmar (+ 1 vez...) se estavam sem bateria, disse que tinha os cabos. "Pronto, já está!..."

O resto é menos interessante: envolve a minha trenguice. Já nem estava a ver onde se abria o capôt do carro e já não me lembrava como usar os cabos, mas tive ajuda técnica por telefone (obrigada, Luís, meu mecânico sempre de serviço!). Tudo se resolveu e o carro ficou a trabalhar. "Hehehe, que fixe! Funcionou ;)..."

Bem, isto tudo para explicar que eu não sinto nenhum click ou aura, nestas situações. Nem vou a correr, voluntariosa, para ajudar e ser boa menina e simpática. No fundo, se calhar não é só a mim que isto acontece (Hum, talvez seja!): custa-me muito mais não ajudar, é por isso que vou. É que não queria estar nos sapatos dos outros, e ficar pendurada...